O que aqui podeis ver é uma simples roseira... ela cresceu, cresceu e continuou crescendo. Foi-me oferecida, há muitos anos, num pequeno vaso, tendo-me sido explicado que era uma roseira de Stª.Terezinha, de minúsculas rosas brancas... Viveu cerca de 1 ano no seu vaso de origem, feliz e contente, mas sempre igual. Decidi, mas com receio, não fosse a plantinha estranhar, transplantá-la para o jardim. Ficou mais ou menos 2 anos vegetando, sem morrer mas sem evoluir, ás vezes quase que desaparecia... Até que... desatou a crescer! Ás vezes, depois de florir, tem de ser cortada, ou quando fica feia, mas sempre o mínimo possível. É quase uma árvore! No principio de cada Primavera ela cobre-se de rosas que já não são brancas, são de um rosa muito pálido, que enchem o ar daquele cheirinho inebriante que traz até ao meu jardim todo o tipo de criaturas de Deus...
E se bem podeis ver, nesta Primavera das surpresas, vieram atrás desse cheirinho gostoso um casal de melros... não os mesmos daquela outra postagem que fiz, esses já criaram os filhotes, já os ensinaram a usar condignamente as asas, talvez voltem o ano que vem... E serão bem vindos!Estes são outros, chegaram á minha roseira, construiram um belo ninho, casa de uma única divisão, não necessitam de mais... e atarefados, revezando-se na tarefa árdua de alimentar os biquinhos esfomeados que os esperam abertos e sonoros, andam cá e lá trazendo no bico minhocas... que sei eu...
E vêm e vão...
A única coisa que consigo ver, entre o emaranhado de ramos, flores algumas já secas, folhas e espinhos, muitos espinhos... é o fundo do ninho e rabinho bem negro de um dos pais... não importa qual... E eles vêm e vão, vêm e vão sempre na procura desesperada de alimentar os pequenotes famintos, para que depressa se façam fortes, para que depressa levantem voo e vão bem alto, cortando o vento com asas fortes, em busca de outros horizontes, talvez de outra roseira de cheiro inebriante, de espinhos protectores e sombra fresca...
Abençoada seja a Vida!